Tão
célere e passageiro, sinto ver passar o tempo;
contemplo-o,
vendo, no obreiro, o existir ser tão supempo!
Vivo
e vou louvando os anos do que me vem concedendo:
o
amor é o melhor dos planos do que, em vida, vou colhendo!
Os
enegrecidos pelos prateando já se vão...,
sem
jamais perder desvelos pelos afagos do irmão.
Conto-o
em dias após dias, lembro-me do amor primeiro;
vi-me
ardendo em agonias... foi como chegou: ligeiro!
Mas
o tempo é benfazejo, pois tudo amortece e cura;
nos
expurga o vil desejo do puro amor e brandura.
Logo
se aprende a lição que só com tempo se entende:
que
a terna flor do perdão, mais semeando, rende.
Na
razão se faz ventura, quem sendo por tudo grato;
faz
da sensata candura a medida de todo ato.
E
sem perder o tempero do bom trato da bondade,
vou
deixando o desespero de ansiosa mocidade.
Há
tempo que me regulo de toda inquietação
feito
lagarta em casulo, prevendo transformação.
Se o
vento do mal agouro vier soprar-me a má sorte;
quiçá,
em futuro vindouro, esteja pronto pra morte!
WILDMAN CESTARI